sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Esquizofrenia em modo Avillez

Muito se tem falado na falta de estratégia ou de rumo deste governo (o "caminho" como aprendi recentemente em formação), e por muito mais do que "apenas" pela famigerada medida da TSU.
Para uns, isso pode ser equiparado a uma espécie de "modo de piloto automático". Pela minha visão, reforçada recentemente pelos diferentes debates televisivos, parece-me mais um "modo M.a João Avillez". Digo isto com o máximo respeito pelo pluralismo e divergência de opinião, até porque não confundo unanimidade com unanimismo, e não fosse este um blog de contraditório.

 Nas palavras da própria, os Portugueses saíram à rua no dia 15 de Setembro numa reacção "esquizofrénica" à medida da TSU, sem valorizar a "bondade" da mesma.
Esquece-se a bondosa "opinion-maker" (comentadora?) que hoje em dia a escolaridade obrigatória já abrange o 12.o ano, e que apesar de ainda termos uma % de analfabetismo e abandono escolar preocupante, a maioria das cidadãos Portugueses sabem ler, ouvir e, mais importante, pensar.
Nem seria preciso por isso evidenciar que as 1.as vozes críticas que se fizeram ouvir em relação a essa aberração anunciada foram conceituados e reconhecidos economistas e fiscalistas. Depois, quase em fila indiana, noticiário após noticiário, debate após debate, esses especialistas esquizofrénicos foram abrindo espaço a outros, desta feita empresários, prof.universitários, e até mesmo políticos, todos saltitando de canal em canal de tv, numa esquizofrenia desenfreada e fora de controlo.

No meio desta "espiral recessiva" de perda de racionalidade dos Portugueses, valeu-nos a lucidez do 1.o ministro numa entrevista que nada teve de arrogância, intimidação ou autismo político. Ah, e claro, existiu sempre a clarividência de M.a João Avillez, numa interpretação quase única (para não dizer isolada) da "bondade" da medida.
Curioso, só uma semana depois do anúncio da medida da TSU é que o povo sai à rua, depois de absorver tudo isto com conta, peso e medida (e fundamentalmente, com tempo para assentar ideias), exibindo o seu desabafo de uma forma tão cívica como clarividente, que nem o mais faccioso psiquiatra se atreveria a classificar de esquizofrénico. Pessoalmente prefiro "democrático" e "digno".
Ironicamente, mais do que bondosa, a manifestação foi "generosa" como exemplo de cidadania.

Mais uma vez, a sabedoria popular emerge no meio de tanta esquizofrenia: de boas intenções...

1 comentário:

  1. É bom encontrar-te de novo a traduzir em comentários o que vês e ouves neste "maravilhoso" mundo velho, actualmente mais apreendido à base de números que de sentimentos. O que vale é que Avillezes;, Gaspares e outros que tais parecem começar a ver anunciada a sua extinção. Não sei é se a tempo de salvar o comum dos mortais.
    Bjis.

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