Hoje, 7 de Setembro de 2012, o primeiro-ministro de Portugal anunciou o aumento de 11% para 18% na Taxa Social Ùnica (TSU) descontada aos trabalhadores. E justificou por um lado com a necessidade de respeitar (?) a deliberação do Tribunal Constitucional, e por outro com a necessidade de estimular a criação de emprego, sendo que o aumento nos encargos dos trabalhadores é contrabalançado pela redução da TSU a cargo das empresas de 23,75% para 18%...
E é aqui que a "porca torce o rabo": afinal uma redução de 5,75% na TSU das empresas irá de facto incentivar a criação de novos postos de trabalho (leia-se"adicionais"), ou será mais provável que as empresas venham simplesmente a reter essa poupança e, logo, aproveitar para registar um aumento nos seus resultados sem qualquer aumento prévio de eficiência ou das suas vendas?
Fica no ar a noção de que será a 2a hipótese na esmagadora maioria dos casos...
E nesse caso, a contribuição "extra" de 7% dos trabalhadores vai direitinha... para os cofres das empresas! Num tom mais "sindicalista", há quem diga que as pessoas passam a pagar 7% para manter o seu emprego, como se de um soldo se tratasse, e devido pela "boa vontade" dos empresários em manter esses funcionários debaixo da sua "asa laboral". Ele há coisas...
É que já nem sequer há respeito pela austeridade: em 2011, pelo menos a retenção de 1/2 do Subsídio de Natal <=> cerca de 3,5% terá servido (?) para reduzir o défice do Estado; já na previsão para 2013, da retenção extra de 7% (!) apenas restará 1,25% para esse mesmo efeito. É ou não brincar com as pessoas?
Entretanto, a "piéce de résistance" veio dos lados da bancada parlamentar do CDS. Instado a comentar esta medida, o respectivo líder parlamentar repetiu ao jeito de George Bush (pai) o que o primeiro-ministro teria assegurado aos parceiros de coligação nessa tarde/noite: não há aumento de impostos.
("read my lips: there will be no more taxes!)
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